Ao negar o debate científico, esquerda verá o SUS definhar
Eu sou de esquerda e defendo o SUS – Sistema Único de Saúde. Quero que ele seja forte, sólido e ofereça um bom serviço para todos os brasileiros.
Há seis anos precisei passar por uma cirurgia de emergência na Santa Casa de Pirassununga, no interior de São Paulo. O atendimento foi todo público, pelo SUS, igual ao de todo mundo. Foi uma cirurgia ortopédica e o resultado foi de altíssimo nível. Depois de recuperado, com o exame de imagem na mão, continuei sendo atendido em Atibaia, minha cidade, mas pelo meu plano de saúde particular. O médico daqui falou que a cirurgia foi perfeita. "Nível Clínica Mayo", afirmou. A clínica Mayo, dos EUA, é referência mundial em ortopedia.
A partir dali passei a defender o SUS com muito mais empenho do que antes. Por acreditar que as políticas de esquerda que garantam o acesso universal à saúde são importantes, eu já o defendia. A partir daquele atendimento, da minha boca, toda vez que eu falava sobre o nosso sistema público de saúde, saía um slogan: "O SUS é um patrimônio nacional".
Logo após minha cirurgia escrevi um texto relatando toda minha experiência na Santa Casa do interior. Contei a história em detalhes e relembrei o histórico de atendimentos que minha família já teve no mesmo SUS. Naquele período, estávamos próximos do auge da instabilidade política que finalizou em uma farsa com nome e sobrenome: golpe de estado. Objetivo? Imposição de uma política neoliberal para agradar o imperialismo e o capital transnacional.
Na época, meu texto defendendo o SUS correu na militância política de esquerda que lutava contra a deposição da presidenta Dilma Rousseff. Logo saiu publicado no blog de Altamiro Borges, jornalista, escritor e militante político. Fez sucesso. Mas não adiantou. O golpe de estado ocorreu.
Logo depois, durante o governo do golpista Michel Temer, vieram as ações neoliberais, o objetivo do golpe. Temer impôs o famigerado "teto de gastos". Ali as verbas do SUS começaram a ser comprometidas. Para protestar contra isso, fiz um curto filme para o Festival Brasileiro de Nanometragem. O título era: "Golpe do estado mínimo". Foi premiado e seguiu em uma agenda de mostras de cinema na Europa e EUA. Assim denunciei o desmonte que ocorria em terras tupiniquins para o mundo.
Eu contei essas histórias acima, dando links para provar minha histórica militância de esquerda, porque eu vou entrar em um assunto que mexe com emoções no Brasil, principalmente do meu campo político. Isso ocorre porque esse tema, por diversos motivos, ficou extremamente politizado por aqui e, além disso, a esquerda decidiu se alienar do assunto, acreditando, por algum motivo aleatório, que se alienar é virtude.
Temos que falar do Paxlovid
Recentemente, dia 30 de março, a notícia foi essa: "Paxlovid: comitê dá parecer favorável ao uso de remédio contra Covid-19 pelo SUS".
É um comitê chamado CONITEC - Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que avalia medicamentos para serem incorporados em nosso sistema público de saúde. O Paxlovid é um medicamento da Pfizer carimbado, aprovado, reverenciado e elogiado para tratamento da Covid-19. Com este comitê favorável, o SUS compra o produto e distribui para a população.
Custará R$ 2500 reais por paciente. O próximo passo é uma transferência de bilhões para a Pfizer para comprar o produto.
Agora deixa eu te contar uma coisa: eu, caso pegue COVID, não troco um cocktail de budesonida, ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, enxaguante bucal e vitamina D, todos medicamentos genéricos, baratos e sem patentes, por Paxlovid, mesmo que a droga da Pfizer seja "de graça" no SUS e esse cocktail eu tenha que pagar do meu bolso. Não que o Paxlovid não funcione, ele até funciona de modo razoável. Teve 90% de eficácia no único estudo feito – depois a eficácia baixou para 70%, como sempre em produtos patenteados – mas este cocktail de genéricos é muito superior.
Eu sei que você ficou assustado ao ler esse parágrafo. O texto estava indo tão bem, não é? Você deu até um sorrisinho de canto de boca e teve uma vontade de balbuciar "negacionista", enquanto sentia orgulho ao se colocar como um defensor da ciência, de tão bem informado que acha que está, não é mesmo? Afinal, todo mundo fala que esses medicamentos não funcionam, reforçam isso todo dia nos jornais, já virou samba pela família Passos, música do Chico César e quadros de humor, como em um episódio do Porta dos Fundos. Agora se prepare que eu vou dar um nó na sua cabeça.
Eu sei como você pensa
Seu primeiro pensamento é algo assim: "Se esses medicamentos funcionassem, todos estariam usando". Tem outras variações. Uma com discurso de autoridade em burocratas: "Se a OMS, FDA e Anvisa não recomendam, é porque não funciona". Há outra interessante, de fé na humanidade, algo como: "Ninguém sabotaria tratamentos eficazes se estivessem funcionando. Tem tanta gente morrendo".
Afinal, as importantes universidades não recomendam, as autoridades não recomendam, os principais hospitais não recomendam e as sociedades médicas são contra. Portanto, se alguém disser o contrário, só pode ser um "teórico da conspiração". Não é isso que você está pensando?
E você, no fim das contas, nem acompanhou os mais de 1700 estudos de possibilidades de tratamentos que saíram. Provavelmente não leu nenhum deles. Apenas leu as notícias e os jornalistas especializados em ciência, além dos divulgadores científicos que você assistiu em algumas lives, confiando no filtro deles, onde eles afirmavam que tudo não passava de puro "negacionismo".
E obviamente, por acompanhar apenas essas notícias filtradas, você não leu esses dias o forte e contundente artigo que saiu na BMJ - British Medical Journal, um dos periódicos mais prestigiados e antigos do mundo. O título era o seguinte: "A ilusão da medicina baseada em evidências".
O artigo explica, em detalhes, como o dinheiro das grandes corporações corrompem tudo, desde a academia, usando o prestígio das universidades como marketing, até a captura dos órgãos reguladores. Tudo isso ao mesmo tempo que corrompem os periódicos científicos importantes e promovem perseguição aos cientistas dissidentes, críticos das indústrias, calando-os. Ou seja, cria-se uma bela ilusão para promover produtos caros. Não parece uma teoria de conspiração?
A BMJ tem sido corajosa. Antes deste editorial, eles publicaram a seguinte notícia: "Covid-19: pesquisadora denuncia problemas de integridade de dados no teste de vacina da Pfizer". É uma notícia que explica fraudes que ocorreram no estudo da vacina da Pfizer.
Sim, isso mesmo. Fraude no estudo da vacina que está sendo aplicada em bilhões de pessoas, gerando negócios bilionários. E você precisa entender uma coisa: não é o site "patriotas alguma coisa", com notícia enviada pelo Whatsapp. É denúncia na BMJ, uma das mais bem conceituadas revistas científicas do mundo.
Mas não saiu no Jornal Nacional, não é? Essa denúncia não saiu na Folha, no Estadão, no O Globo. E aquele divulgador científico que você segue nas redes e no Youtube também não falou da fraude, não é mesmo? Também não apareceu essa notícia no seu Facebook. Sabe por quê? Te explico. O Facebook resolveu censurar quem compartilhasse. Simples assim. O que pode ser ruim em censurar uma das mais conceituadas revistas de ciência do mundo?
Não é nenhuma teoria de conspiração. É o de sempre.
Você abre qualquer livro de história. Da primeira até a última página é gente matando gente, ou deixando morrer, por dinheiro. Isso é algo corriqueiro, normal, tradicional, na humanidade. Não deveria assustar ninguém como se fosse algo inédito.
Por falar nisso, não há sequer um líder de esquerda neste país, durante uma pandemia, fazendo críticas às grandes indústrias farmacêuticas. Alguém pode falar o que houve? A gente sempre foi crítico delas, agora viraram entidades divinas querendo nos salvar?
Eu ajudo a relembrar. Em 2019, o site "Brasil de fato", de esquerda, noticiou: "Caso Pfizer: Indústria farmacêutica esconde a cura de doenças". E isso é só um dos pequenos casos de uma época em que a esquerda era crítica de grandes corporações e acreditava que elas tinham foco exclusivo em lucro, não em curar.
"Motivo: a patente do medicamento havia expirado. Com isso, qualquer empresa do setor poderia lucrar com a descoberta. Os doentes seriam beneficiados, mas o lucro não ficaria apenas com a Pfizer. A alta gestão da companhia optou por ocultar a informação, para não beneficiar a concorrência", diz a notícia.
Ou nós, de esquerda, deixamos, durante a pandemia, de apontar que a corrupção é inerente ao capitalismo? De alienados viramos militantes da Pfizer e da imperialista OMS?
Ao falar de Cuba, vou dar um nó na sua cabeça.
Alguém fala a palavra "cloroquina" e você já tem vontade de dar uma risada gostosa como a da personagem da Porta dos Fundos, certo? Afinal, a base para você concluir sua certeza de que não funciona é a autoridade da OMS recomendando contra. Para você, esse é o argumento definitivo.
Ou seja, fica uma imensa discussão, a maioria e a mídia falando que não funciona, um ou outro, de vez em quando, fala o contrário, mas é massacrado na mídia e pelos checadores de fatos. Logo vem a autoridade constituída e decide contra. Você, obviamente, bate o martelo em sua certeza.
E se eu te disser que cloroquina está no protocolo oficial de Cuba? Sim, aquela ilha que sempre lemos matérias sobre a qualidade de sua medicina, que apesar de pobre, consegue excelentes resultados. Admiramos Cuba por isso.
Está no protocolo deles. E agora você tem que dar uma resposta que vai te incomodar. Você aprendeu que cloroquina é coisa de negacionista, então agora me responda: a medicina cubana, que você sempre admirou, é negacionista da ciência? Não há meio termo. É sim, ou não.
E olha que interessante. Hoje, 25 de abril de 2022, Cuba possui acumuladas 753 mortes Covid-19 por milhão de habitantes. O Brasil possui 3078 por milhão. Você acha que é uma coincidência? Não é.
Bem, é de carimbos de burocratas que concluímos se funciona ou não, certo? Pode ser uma entidade cubana, que como sabemos, não sofre influência de grandes corporações? E se eu disser que os EUA, além de todos seus influenciados, estão errados e Cuba está certa? Tudo bem eu dizer isso ou você é um colonizado mental dos EUA, onde seu coração e mente foram dominados pelo imperialismo estadunidense?
Agora para mais uma pergunta que incomoda. Por que nenhum jornal do Brasil noticiou que Cuba possui, desde sua primeira versão, cloroquina em seu protocolo de atendimento COVID até hoje? Não estamos falando de "ciência", aqui estamos falando de jornalismo.
Capitalismo: máquina de triturar medicamento sem patentes
"Drogas arriscadas: por que o FDA não pode ser confiável", é o título do artigo publicado na área que trata de ética do site da universidade de Harvard, possivelmente a universidade mais prestigiada do mundo.
"90% de todos os novos medicamentos aprovados pelo FDA nos últimos 30 anos são pouco ou nada mais eficazes para os pacientes do que os medicamentos existentes", afirma o artigo.
Os autores explicam que a segurança das drogas aprovadas é um mito: "Toda semana, cerca de 53.000 hospitalizações em excesso e cerca de 2.400 mortes em excesso ocorrem nos Estados Unidos entre pessoas que tomam medicamentos prescritos adequadamente".
Tudo virou uma engrenagem bem regulada em que o óleo é o dinheiro da indústria. "Não podemos mais confiar na FDA para cumprir sua missão histórica de proteger o público de drogas prejudiciais e ineficazes", afirmam os autores. O resultado? "Deixa os bons médicos com conhecimento corrompido. Os pacientes são as vítimas inocentes", afirmam.
Este artigo é de 2013. Por que você acha que em menos de 10 anos, sem nenhuma reforma estrutural, o mundo corporativo seria diferente e se tornaria, repentinamente, ético? Só porque quem sofreu dois anos foi você, além de sua família e seus amigos?
Formação de consciência e a falta de comemoração
Eu sei como você foi informado durante toda a pandemia. Em julho de 2021, no portal Yahoo, a notícia era assim: "Entenda o motivo de ser quase impossível tratar Covid-19 com remédios".
Puxa vida, se era "quase impossível", algo como mandar uma astronauta em Marte, era óbvio que hidroxicloroquina, ivermectina, tudo isso não funcionaria. Nem precisava ler os estudos que saiam um a um, nem se preocupar se algum foi com overdose ou desenhado para dar errado.
Agora pensa comigo. Se era "quase impossível", e estamos em uma pandemia que já matou mais de 6 milhões, quando saiu o resultado do Paxlovid, não era para os "porta vozes" da ciência, os Átilas e Pasternaks da vida, que estão toda hora na televisão, estarem fazendo uma grande comemoração emocionada, como quem celebra um título de Copa do Mundo?
Afinal, passaram dois anos falando reiteradamente que nenhum estudo de nenhum tratamento que mostrava resultados positivos era bem feito, e agora o "quase impossível" da ciência aconteceu, patenteado e caro, mas ocorreu, inclusive carimbado pela "verdade" das agências regulatórias, e segundo eles mesmos, são adoradores e defensores da ciência. Agora deveríamos ver lágrimas de felicidade por finalmente existir um tratamento e a possibilidade de salvar vidas, não é verdade?
Uma apatia geral é o que vejo. Mas algo me diz que eles possuem a plena consciência do que está ocorrendo, muito além das respostas emocionais das pessoas comuns. Só que simplesmente não dá mais para voltarem atrás. É como um avião atravessando o oceano. Chega uma hora, aconteça o problema que acontecer, só resta uma opção: seguir em frente.
Fluvoxamina: um rachadura na versão oficial
Não dá para contar a história inteira da ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, entre outros tratamentos válidos, com maiores ou menores níveis de evidências científicas, em poucas linhas. Envolve explicar os tipos de estudos: os observacionais, depois os randomizados, depois os randomizados duplo cego, depois as meta-análises. Envolve significância estatística e se o uso é em profilaxia pré-exposição, pós exposição, em tratamento precoce ou em pacientes hospitalizados. Eu já escrevi sobre isso com profundidade. Mais de uma vez.
Mas o interessante desse assunto é analisar como evoluem os argumentos das pessoas que negam a eficácia dos tratamentos genéricos, baratos e sem patentes. Primeiramente, eles falavam que estudos observacionais não comprovaram nada, mesmo se fossem diversos, com efeitos fortes, todos indicando o resultado positivo. Falar que não funciona quando há isso, é má fé, diz a própria ciência.
Depois começaram a sair os estudos randomizados. Alguns, por serem pequenos, com pouca significância estatística, virou "prova de ineficácia", o que é, novamente, má fé. Estudos menores sem significância, mas com efeito demonstrado, devem ser avaliados em um conjunto de evidências.
Depois começaram a sair estudos randomizados com significância estatística nos próprios estudos, mas eles não estavam sendo publicados em revistas de altíssimo fator de impacto, prestigiadas. Essa era a crítica para falarem que não foi comprovado. Obviamente, o que importa são os resultados, não o periódico científico onde foi publicado. Afinal, como Richard Smith, o ex-editor da BMJ por 25 anos explicou, "As revistas médicas são uma extensão do braço de marketing das empresas farmacêuticas".
Com isso, ivermectina, bromexina, hidroxicloroquina, vitamina D, zinco, foram parando em cada uma dessas barras. Eram estudos observacionais, ou eram estudos feitos na hora errada, com pacientes já na UTI, ou eram randomizados pequenos, positivos mas sem significância estatística. Ou se eram resultados fortes, não estavam em periódicos sem fator de impacto alto. Cada um ia parando nesta barra que subia cada vez mais, como em uma competição de salto com vara no atletismo. Na verdade, as pessoas que lutaram fervorosamente contra não podiam mais dar o braço a torcer.
Entretanto, um medicamento conseguiu atravessar todas essas barras. Ninguém fez estudos na hora errada, nas doses erradas e nenhum político fez graça ou demagogia. E por isso não gerou manchetes negativas no New York Times ou Jornal Nacional. Além disso, os estudos eram "padrão ouro", os randomizados, duplo cego, controlados por placebo e foram publicados em revista de grande fator de impacto. Estou falando da fluvoxamina, um medicamento contra a depressão e reaproveitado contra a COVID-19.
Um dos estudos foi publicado na Lancet, o segundo maior periódico com fator de impacto do mundo, atestando 90% de redução na mortalidade. Isso porque esse estudo confirmava outros estudos também "padrão ouro", menores, como um publicado na respeitada JAMA.
O primeiro estudo da JAMA foi publicado em novembro de 2020. O da Lancet, confirmando, em outubro de 2021. Ninguém teve muita pressa, mas esse não é o assunto. E hoje, temos já uma meta-análise da fluvoxamina, que é um nível ainda superior de evidência científica do que o estudo "padrão ouro". É um estudo que analisou os estudos padrão ouro. E a meta-análise está publicada, inclusive, em revista de impacto e prestígio.
E ninguém usa. E seu divulgador de ciência não falou disso, não é?
Paxlovid x Fluvoxamina e o SUS sendo sucateado
Fluvoxamina possui um nível de evidência científica superior ao Paxlovid, mas não possui lobby. Com a compra do Paxlovid, o SUS será assaltado, lesado e vai ficar mais pobre. Vai piorar o atendimento geral, principalmente dos mais carentes, sob o aplauso de todos que dizem defendê-lo.
Quinhentos dólares por paciente em vez de medicamentos genéricos sem patentes. É o sistema sendo corrompido para fazê-lo comprar drogas medíocres de grandes corporações enquanto tratamentos baratos e eficazes são sabotados.
Acho engraçado a galera que se diz de esquerda, que sempre disse que as grandes corporações corrompem absolutamente tudo que vêem pela frente, mas acha, por algum motivo, que no ramo de medicamentos, quem aponta corrupção merece ser ofendido até o debate ser encerrado.
A esquerda que se recusa a discutir ciência, mas adora o SUS, vai ver o nosso sistema de saúde cada vez pior, com piores atendimentos, mesmo com um bom orçamento. Logo não teremos médicos nos postos, nem gasolina para as ambulâncias do SAMU, mas teremos um monte de Paxlovid.
Eu sei seu último pensamento
Durante toda essa discussão sobre tratamentos, você se sentiu superior por não ser um "negacionista". Confiou na grande mídia e concluiu, sobre as pessoas que falam ou defendem os tratamentos, algo assim: "Que pena, por medo da doença, eles ouviram as pessoas que falam dos tratamentos e se agarraram nisso como esperança, como um amuleto, para se sentirem seguros".
Pois bem, nos últimos sete dias, tivemos apenas uma média de 100 mortes por dia no Brasil. Ninguém mais está com muito medo. A vida está relativamente próxima do normal para todos. E os que sempre defenderam os tratamentos continuam defendendo. Afinal, são os que tinham estudos, dados, números nas mãos para apresentar. Não era um modo de escapar da realidade.
Na verdade, era o contrário. Eu pensava algo assim dos que negavam qualquer debate. "Coitados, estão com tanto medo que perderam a capacidade de raciocínio e se agarraram na defesa da indústria farmacêutica. Sem saber, viraram de direita".
Bem. Até o próxima onda teremos uma janela para debater e defender os SUS.
Atualização em 26 de abril de 2022
No meio do artigo eu perguntei: “Por que nenhum jornal do Brasil noticiou que Cuba possui, desde sua primeira versão, cloroquina em seu protocolo de atendimento COVID até hoje?”.
Foi um erro. O Poder 360, através das colunas da Paula Schmitt, noticiou. Duas vezes, inclusive. Nesta coluna e nesta outra. Além disso, recomendo os textos da Paula. Estes dois artigo são atemporais e com análises brilhantes. Seu índice de postagens está aqui. Recomendo manter nos favoritos. Sua coluna é semanal.
Filipe, me tornei seu fã ao ler uma matéria sua no Twitter. Recebo e leio, com prazer, as suas crônicas no meu e-mail. Custo a acreditar que vc seja de esquerda! Não conheço nenhum esquerdista com essa sua moderação, equilíbrio, respeito ao próximo e a favor da prosperidade, não à derrocada do Brasil! Falei!
A turma ainda diz que o "sucesso" da vacinação no Brasil seja uma decorrência do SUS, mas esquece que países sem esse sistema igualmente fizeram a vacinação pública sem cobrar dos indivíduos. Então o sucesso do SUS precisa ser medido por outros parâmetros que não a atuação na pandemia covid19 sob comando global da OMS.